Lembra Pai, de quando me chamou para mergulhar?
Segurei a Sua mão e não precisei de tempo para me preparar, simplesmente confiei;
De repente estávamos juntos, nas profundezas do Teu amor.
Mas Pai, meu coração não conhece a gravidade, e insiste em retornar.
Por medo, por se cansar, por desistir de nadar.
Quando tudo ao redor parece igual, quando o ar parece lhe faltar...
Presa na superficialidade, respiro fundo e me deparo com a realidade fatal,
Não há vida onde não estás;
O que meu coração considera seguro é armadilha,
O que me parece mais fácil, não é natural;
Meu coração não conhece a gravidade,
Mas depender não é exatamente isso?
Se sozinha não consigo, então paro de tentar e me ensinas a afundar em Tua graça,
Sejam os Teus olhos o farol que ilumina o trajeto;
Seja a Tua voz o ar que me devolve a força;
Seja a Tua companhia a minha âncora.
Porque o que importa aqui é o Teu sorriso, Pai.
E quando sorris já não há medo,
Porque o caminho que me leva ao mais profundo de Ti, pode parecer difícil,
Mas é minha definição de lar.
Tu és âncora,
O superficial não existe para Ti,
Para o íntimo continuas a me convidar,
São muitas as superfícies,
Particular é cada mergulho,
Mas Pai, assim como sabes exatamente o que este coração teimoso tenta lhe falar,
Sei que sondas cada coração que se deparar com esta sincera oração.
Faz de nós dependentes de Ti, Pai!
Que nossa força seja revelada na incapacidade de conseguirmos sozinhos,
Porque queremos mergulhar em Ti, por Ti e contigo!